terça-feira, novembro 29, 2005

Festival del Cinema Spirituale

22-27 Novembro
Cinema Trevi- Cineteca Nazionale



Espelho Mágico (2005)

Uma adaptação de "A alma dos ricos" de Agustina Bessa Luís. Mais um filme literário de Manoel Oliveira: não é chá para todos mas o tema é interessante. Alfreda quer a todo o custo ver a Mãe de Jesus; quer fazer-lhe perguntas, quer que esta lhe explique como é a alma dos ricos. Interesse de sobra, não fosse as respostas ficarem para nós descobrirmos, no rolar do filme.
Valor: os personagens têm consistência e são diversificados. Desde o
encarcerado a quem morre de excesso de betismo.



O processo de Joana D´arc (1962)- Robert Bresson

Um filme de 65 minutos; apenas o julgamento de Joana segundo as actas do tempo (séc. XV). Uma maravilha se quisermos ver um filme que retrata uma época em vez de a deturpar e arredondar (para isso há os Reinos do Céu e outras porcarias que nos enfiam pela garganta abaixo como se fossem "históricos").






O grande siLêncio (2004)

É preciso estar na graça infinita de Deus para aguentar este- ou então recebê-la aqui- no bom sentido! Tudo neste filme é diferente e mais calmo. Os monges de La Grande Chartreuse, mosteiro austero dos Alpes, demoraram 16 anos até darem consentimento ao realizador Philip Grönig de viver entre eles 6 meses e fazer o filme.
Nada de falso ou manipulado num filme ao ritmo desta gente que vive só para Deus, num isolamento fecundo.
Outro ritmo, outro tempo: impressionante como comunicação do transcendente.

Sai-se deste filme com vontade de rezar e meditar.





Nostalghia (1983)

O primeiro filme de Tarkovskyj (russo, muito louvado) que vejo. Um pouco difícil porque é mais simbólico do que narrativo: mesmo assim há um cuidado com a imagem que lhe dá muito valor. A simbologia religiosa às vezes é um pouco evidente (pelo menos para quem anda "perto" dos altares): atravessar uma distância sem deixar a vela apagar-se- uma metáfora da fé claro. O louco que tem palavras de sabedoria? Louco anda o mundo, claro. Mas ainda bem que é assim senão seria demasiado fechado. Argumento a 4 mãos entre o realizador e Tonino Guerra.





Ferro 3 (2004) Kim Ki-Duk

Um rapaz pendura panfletos pelas portas durante o dia e à noite abriga-se nas casas em que estes não foram retirados. Uma vez encontra uma mulher e ela junta-se a ele.
Grandíssimo filme em que nada é previsível e tudo é elegante.

Se todos os filmes fossem assim, não havia mesmo tempo para mais nada.


Até um dia destes!

1 Comments:

Blogger Zé Henrique said...

Este festival nunca mais acaba... :-)

7:39 da tarde  

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