segunda-feira, março 14, 2005

A inspiração prometida!




Caravaggio-S. Mateus e o anjo-ilustração em que o anjo dita a escritura





Bem me lembro! (ler: se bem me lembro!)

Sim, que na altura dos meus exames dei uma pista sobre a questão da inspiração dos autores sagrados. Vamos passar em revista vários momentos históricos do pensamento a ela relativo!

1ª-inspiração como ditado; olhem a fotografia please! Aqui pensava-se que Deus tinha "sussurado" ao ouvido as palavras que deveriam ser escritas!

2ª-inspiração como uso de um instrumento; da mesma forma que um poeta usa a sua pena ou lápis, assim Deus usou na sua providência os autores sagrados. O intelecto humano desempenhou, pois, um papel meramente passivo!

3ª-o autor como mensageiro; Deus revela-se porque ama e quer estabelecer comunhão, vivência, descoberta, partilha. A verdade não é um conjunto de ideias e concepções mas uma participação, um diálogo existencial e íntimo.

Trata-se portanto da lógica do dom, da oferta; é gratuito; é inalienável e incondicional- é um acontecimento de liberdade absoluta da parte de Deus.
Este passo do Criador eleva a criatura porque a torna mais conforme ao que ela já é.

A inspiração torna-se a resposta daquele que escutou a palavra de Deus. Aquele que a compreendeu é que a difundiu e escreveu. Fê-lo com erros, com os limites da sua capacidade... mas os textos sagrados superam-se, renovam-se a si mesmos em todos os tempos. É que têm essa dimensão!

Contra as concepções anteriores, esta é mais arriscada, mais imprevisível, mas também mais viva e mais factual. Pode desiludir até...










































Deus ao mar o perigo e o abysmo deu,
Mas nelle é que espelhou o céu.